O artigo " 40 coisas que toda criança deve fazer até os 7 anos", publicado na Revista Pais e Filhos de Abril de 2008 e a crônica " Bicicleta ", publicada na Revista Crescer de Abril de 2013 apoiadas pelo planejamento anual de nossa unidade educacional , trouxe suporte para uma gostosa experiência sensorial de nossas crianças .
A partir de uma Sequencia de Atividades, as crianças conheceram um pouco mais sobre crianças como elas, que vivem em outras partes do mundo, o que comem, o que vestem, do que brincam.
A mãe do Aluno Thomas, veio nos contar um pouco sobre a vida das crianças na Bolívia, as crianças fizeram perguntas que foram respondidas com muito carinho.
A aluna Sheila que também é filha de bolivianos:
Escolhemos a Receita da Guacamole, um prato típico latino feito com abacate.
Receita:
Ingredientes:
1/2 cebola
1/2 limão
1 colher de salsa
sal a gosto
Tortilhas
Modo de Fazer
Corte os ingredientes em cubinhos e misture-os
Esprema o limão, coloque o sal
Sirva com tortilhas
Para saber Mais:
Bicicleta
Há pouco tempo, ensinei a minha filha mais nova a andar de bicicleta sem as rodinhas de apoio. Ela, com os seus 6 anos de idade, aceitou o desafio de equilibrar-se em duas rodas. Na primeira queda veio um pequeno desânimo – que desapareceu assim que ela soube que a irmã passara pela mesma experiência. E que, na ocasião, ensinei-a que só aprendemos fazer coisas novas tentando, caindo e, finalmente, acertando. O olhar da pequena se transformou, levantou a bicicleta e me olhou, como dizendo: “E aí papai, vai ficar me olhando ou vamos recomeçar?”
Foram uns 40 minutos de muitas quedas e conquistas, andava sozinha, queria coçar a cabeça e caía. A cada tentativa nova, a distância da pedalada era maior, até que finalmente ela começou a se soltar, a perceber seu ponto de equilíbrio, a experimentar curvas e, para meu nervosismo interno, correr muito numa pequena descida. Ela é corajosa!
De repente, olhei para ela solta, andando de bicicleta sem rodinhas, cabelo ao vento, um sorriso indescritível no rosto. Fui tomado de uma emoção intensa, lembrei como tinha sido com a irmã mais velha, tudo muito parecido, até a emoção, mas agora tinha algo a mais, um sentimento de dever cumprido, como se estivesse passando um bastão carregado de sabedoria para uma próxima geração.
Todo esse sentimento me fez lembrar de culturas diferentes que tinham deveres básicos com os filhos. Por exemplo, os persas antigos tinham de ensinar três coisas para seus rebentos antes de eles completarem 20 anos: montar a cavalo, atirar com arco e flecha e dizer sempre a verdade. Já nos textos antigos judaicos, dizem que os pais têm cinco deveres em relação aos seus filhos, entre eles, ensinar-lhes os textos sagrados, ensinar-lhes seu ofício e ensinar-lhes a nadar.
Hoje, num mundo tão agitado, barulhento, acelerado, virtual etc., quais seriam esses deveres mais importantes para ensinar para os nossos filhos? Nadar com certeza é um deles, saber se virar na água é vital. Eu colocaria também ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas, parece algo simples e rotineiro, mas infelizmente não o é. Hoje está mais fácil aprender a andar de bicicleta no iPad, equilibrando o tablet em vez do guidão real.
Não aceitem a realidade que nós mesmos criamos como algo irrefutável. O correto, sábio e saudável é que reservemos um tempo para ensinar às crianças coisas que elas carreguem para sempre em suas memórias físicas e mentais. E posso garantir para vocês que ver os nossos filhos se equilibrando na vida e com um sorriso estampado no rosto provoca uma emoção maravilhosa nos nossos corações.
*Este texto faz parte da coluna Palavrórios e rebugices da edição 233 ( abril/ 2013) Revista Crescer
Ilan Brenman é doutor em educação e um dos principais escritores de literatura infantil do Brasil, é pai de Lis, 9 anos, e Íris, 6. E-mail: crescer@ilan.com.br
Bicicleta
Há pouco tempo, ensinei a minha filha mais nova a andar de bicicleta sem as rodinhas de apoio. Ela, com os seus 6 anos de idade, aceitou o desafio de equilibrar-se em duas rodas. Na primeira queda veio um pequeno desânimo – que desapareceu assim que ela soube que a irmã passara pela mesma experiência. E que, na ocasião, ensinei-a que só aprendemos fazer coisas novas tentando, caindo e, finalmente, acertando. O olhar da pequena se transformou, levantou a bicicleta e me olhou, como dizendo: “E aí papai, vai ficar me olhando ou vamos recomeçar?”
Foram uns 40 minutos de muitas quedas e conquistas, andava sozinha, queria coçar a cabeça e caía. A cada tentativa nova, a distância da pedalada era maior, até que finalmente ela começou a se soltar, a perceber seu ponto de equilíbrio, a experimentar curvas e, para meu nervosismo interno, correr muito numa pequena descida. Ela é corajosa!
De repente, olhei para ela solta, andando de bicicleta sem rodinhas, cabelo ao vento, um sorriso indescritível no rosto. Fui tomado de uma emoção intensa, lembrei como tinha sido com a irmã mais velha, tudo muito parecido, até a emoção, mas agora tinha algo a mais, um sentimento de dever cumprido, como se estivesse passando um bastão carregado de sabedoria para uma próxima geração.
Todo esse sentimento me fez lembrar de culturas diferentes que tinham deveres básicos com os filhos. Por exemplo, os persas antigos tinham de ensinar três coisas para seus rebentos antes de eles completarem 20 anos: montar a cavalo, atirar com arco e flecha e dizer sempre a verdade. Já nos textos antigos judaicos, dizem que os pais têm cinco deveres em relação aos seus filhos, entre eles, ensinar-lhes os textos sagrados, ensinar-lhes seu ofício e ensinar-lhes a nadar.
Hoje, num mundo tão agitado, barulhento, acelerado, virtual etc., quais seriam esses deveres mais importantes para ensinar para os nossos filhos? Nadar com certeza é um deles, saber se virar na água é vital. Eu colocaria também ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas, parece algo simples e rotineiro, mas infelizmente não o é. Hoje está mais fácil aprender a andar de bicicleta no iPad, equilibrando o tablet em vez do guidão real.
Não aceitem a realidade que nós mesmos criamos como algo irrefutável. O correto, sábio e saudável é que reservemos um tempo para ensinar às crianças coisas que elas carreguem para sempre em suas memórias físicas e mentais. E posso garantir para vocês que ver os nossos filhos se equilibrando na vida e com um sorriso estampado no rosto provoca uma emoção maravilhosa nos nossos corações.
*Este texto faz parte da coluna Palavrórios e rebugices da edição 233 ( abril/ 2013) Revista Crescer
Ilan Brenman é doutor em educação e um dos principais escritores de literatura infantil do Brasil, é pai de Lis, 9 anos, e Íris, 6. E-mail: crescer@ilan.com.br