sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Renato Moriconi vem visitar seus leitores!

Visita de Renato Moriconi na Emei Sargento Max Wolf filho em                                             07/11/2016


                 Conhecendo um pouco mais sobre Renato Moriconi:




Renato Moriconi é artista plástico, graduado em Artes Plásticas e pós-graduado em Design Gráfico. Nascido em Taboão da Serra em 1980, vive atualmente na cidade de São Paulo. Dedica-se às artes gráficas desde 1994 e tem aproximadamente 50 livros publicados no Brasil, México, França, Itália e Coréia do Sul. Recebeu os prêmios "melhor livro-imagem" em 2011 e em 2014, e "melhor livro para a criança" em 2012 pela FNLIJ - Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Recebeu também o troféu Monteiro Lobato em 2014 da Revista Crescer e o prêmio de melhor ilustração editorial no 13º Salão Internacional  de Desenho para Imprensa de Porto Alegre. Recebeu o Prêmio Jabuti de "ilustração infantil" em 2014.



Para saber Mais: 
Entrevista de Renato Moriconi para a revista Crescer:

CRESCER: De onde vem seu amor pelos livros? Eles estavam muito presentes na sua infância?

Renato Moriconi: Tínhamos poucos livros em casa e um deles era a Bíblia. E uma maneira que minha mãe usava para demonstrar seu carinho por mim e pelo meu irmão era justamente lendo para a gente. Lembro-me de certas noites em que ela se sentava ao lado do beliche que eu e meu irmão dividíamos e lia para nós alguns trechos da Bíblia. Não me lembro de quase nada do texto, mas guardo até hoje no coração o afeto desse gesto. Acho que ali nascia minha relação de amor com os livros e com a literatura.

C.: E seu relacionamento com o desenho, com a pintura e com as artes plásticas, como se desenvolveu?

R.M.: Desenho desde pequeno. Sempre gostei. Era minha brincadeira preferida e minha família sempre me incentivou a desenhar. Ainda assim, não fiz cursos de desenho quando criança – aprendi sozinho, observando e copiando desenhos e pinturas de outros artistas. Mais tarde frequentei alguns cursos livres, que me ajudaram a me aperfeiçoar em algumas técnicas. No ambiente acadêmico, finalmente, eu me graduei em artes plásticas e fiz pós-graduação em design gráfico.

C.: Dez anos depois de sua primeira publicação literária, você já tem dezenas de obras publicadas. Conte um pouco do caminho que você já percorreu na literatura, seja como ilustrador ou autor.

R.M.: Não sei dizer agora o número exato, mas acredito que já tenho mais de 50 livros publicados. Em alguns deles ilustro textos de colegas, em outros assino o texto e a imagem e ainda tenho alguns exclusivamente de imagens. Entre os livros que assino como “autor exclusivo” estão Bárbaro, O Sonho que Brotou, E a Mosca foi pro Espaço, Dia de Sol e Contando a Semana. Desses, O Sonho que Brotou foi um marco bastante significativo na minha carreira. Publicado em 2010 pela Editora DCL, foi meu primeiro livro de autoria exclusiva. Ele representou uma importante mudança na minha visão sobre o livro infantil e me trouxe muita alegria, até porque no ano seguinte à sua publicação, teve seus diretos comprados por uma editora francesa. Foi meu primeiro livro publicado fora do país.


C.: Entre seus livros de “autoria exclusiva” está Bárbaro, lançado em 2013. Como se deu o processo de criação dessa obra?

R.M.: Bárbaro é uma mistura de algumas experiências que tive, em tempos diferentes. Vou contar um pouco sobre elas. Quando eu era garotinho, no ônibus, olhava a cidade em movimento pela janela e me imaginava pulando sobre os prédios e tetos dos veículos. Eu não poderia pisar na rua. Era uma brincadeira mental divertida e tornava a viagem mais agradável. Agora adulto, homem sério, não faço mais essas brincadeiras mentais (risos). Outra experiência que ajudou a dar forma a esse livro veio da primeira visita que fiz à Europa, há cerca de quatro anos. Em alguns países, me chamou a atenção a presença de carrosséis no meio das cidades, em ruas e praças – algo que não é comum no Brasil. Fazia tempo que não via um carrossel e era muito bom ver as crianças se divertindo naquele brinquedo antigo. Apesar de ele ser todo colorido, cheio de luzes, é um brinquedo simples, que convida a criança a imaginar. Isso me remeteu aos meus saltos sobre prédios e tetos de carros, de quando era criança. Olhando aquelas crianças, tentei imaginar qual era a fantasia de cada uma ao subir naqueles cavalos coloridos. Ando sempre com um caderninho de anotações e nele desenhei algumas possíveis fantasias das crianças sobre os cavalos. Fiz desenhos de xerifes, bandidos, índios, princesas, soldados, príncipes... e o bárbaro. E decidi me aprofundar nesse personagem, que me pareceu o mais fantasioso de todos.

 C.: Depois da ideia inicial, como foi o desenvolvimento da obra?

R.M.: Em meu processo de criação de livro de imagem, penso desenhando. Preciso ver. A narrativa surge mediante os caminhos e questões que as imagens vão propondo. Nem sempre a história surge linearmente. No caso do Bárbaro, descobri o final logo nos primeiros desenhos. Agora, um dos problemas estava relacionado à ligação do mundo bárbaro ao mundo real. Como fazê-lo? Surgiu então a figura que poderia ser associada à representação de Deus, que se revelou como pai do garoto. Aqui aparecem duas referências marcantes da minha vida: minha relação com meu pai e minha relação com a Bíblia. Não consigo mais imaginar Deus como pai, pois toda a forma de amor e cuidado que tive veio do lado materno. Na minha vida, meu pai foi quem me tirou muitas vezes do carrossel. Ele me tirou do meu lugar de sonho. 







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